quarta-feira, 3 de março de 2010

RELATÓRIO DA SÉTIMA OFICINA DO GESTAR II DE LÍNGUA PORTUGUESA EM PALHANO





Palhano/CE
No dia 19 de janeiro, nos encontramos novamente para realizarmos a 7ª oficina/ Unidades 19,20 ,21 e 22 do TP-5 do TP-6, na E.E.F. Mateus Sobrinho, no LEI( laboratório de informática)– Palhano. Com o tempo determinado de 08 horas, objetivando:
 Identificar elementos lingüísticos responsáveis pela continuidade de sentidos de um texto.
 Analisar mecanismos de coesão referencial.
 Analisar mecanismos de coesão seqüencial.
 Identificar relações lógicas de temporalidade e de identidade na construção de sentidos do texto.
 Analisar efeitos de sentido decorrentes da negação.
Analisar relações lógicas de construção de significados implícitos na leitura e na produção de textos.

Inicialmente fizemos a acolhida com a declamação das poesias:- o homem: as viagens – Carlos Drummond de Andrade e Beija eu – Marisa Monte.A partir delas discutimos a estilística sintática e lexical a partir dos textos.
Em seguida realizamos as seguintes atividades:

• Leitura do slide COESÃO;
• Leitura compartilhada do lembrete: 119,121,122,125126 e o resumindo na 135
• Leitura de um texto extra: OS FATORES DE COESÃO;
• Explicação e comentários.
Atividade: A partir da Aula 1 do AAA 5 p.p. 61( bastantes gravuras)
• Atividade 6 – p.p 128-129 do TP 5
• Atividade 10 - p.p. 143 do TP 5
LEITURA COMPARTILHADA: OS FATORES DE COESÃO
ATIVIDADES EXPLORANDO OS TIPOS E OSS FATORES DE COESÃO
• Atividade 14 p.p. 154 do TP 5
E após o almoço realizamos: a acolhida: TEXTO A FUNÇÃO DO SUJEITO
Leitura do Lembrete da p. p.181,184,185,.187,192
Atividade: Aula 1 – atividade 1 do AAA 5 p. p. 75 e 76;
Hoje as atividades realizadas no encontro foram bem proveitosas, as duvidas foram bem menos e eles comentaram acerca do auxilio individual, como foi eficiente.
Agora fomos rever o projeto e a parte que cada um dia dúvida. A partir cada um dos cursistas foram elaborar a introdução do projeto e justificativa. Muitos ficaram desanimados e reclamaram como era difícil, já que, alguns nunca tinham elaborados projetos.
O que os cursistas sempre estão falando bem do gestar é a mudança nos alunos, o comprometimento da realização das oficinas por alguns. O que mais me emociona é ver muitos deles fascinados com o retorno.

Luzia Joelma Rodrigues Beserra Lima




POESIAS USADAS NO ENCONTRO
ESTILÍSTICA LEXICAL
O homem: as viagens
O homem, bicho da Terra tão pequeno
chateia-se na Terra
lugar de muita miséria e pouca diversão,
faz um foguete, uma cápsula, um módulo
toca para a Lua
desce cauteloso na Lua
pisa na Lua
planta bandeirola na Lua
experimenta a Lua
coloniza a Lua
civiliza a Lua
humaniza a Lua.

O homem chateia-se na Lua.
Vamos para Marte – ordena a suas máquinas.
Elas obedecem, o homem desce em Marte
Pisa em Marte
experimenta
coloniza
civiliza
humaniza Marte com engenho e arte.

Marte humanizado, que lugar quadrado.
Vamos a outra parte?
Claro – diz o engenho
sofisticado e dócil.
Vamos a Vênus.
O homem põe o pé em Vênus,
Vê o visto – é isto?
idem
idem
idem.

O homem funde a cuca se não for a Júpiter
proclamar justiça junto com a justiça
repetir a fossa
repetir o inquieto
repetitório.

Outros planetas restam para outras colônias.
O espaço todo vira Terra-a-terra.
O homem chega ao Sol ou dá uma volta
só para tever?
Não- vê que ele inventa
roupa insiderável de viver no Sol.
Põe o pé e:
mas que chato é o Sol, falso touro
espanhol domado.
Restam outros sistemas fora
do solar a col-
onizar.
Ao acabarem todos
só resta ao homem
(estará equipado?)
a dificílima dangerosíssima viagem
de si a si mesmo:
pôr o pé no chão
do seu coração
experimentar
colonizar
civilizar
humanizar
o homem
descobrindo em suas próprias inexploradas entranhas
a perene, insuspeitada alegria
de con-viver. (ANDRADE, 1978: 20-2)

ESTILÍSTICA SINTÁTICA
Beija eu2
(Marisa Monte)

Seja eu, seja eu,
Deixa que eu seja eu
E aceita o que seja seu
Então deita e aceita eu


Molha eu, seca eu
Deixa que eu seja o céu
E receba o que seja seu
Anoiteça, amanheça eu

Beija eu, beija eu, beija eu
Me beija
Deixa o que seja seu
Então beba e receba
Meu corpo, no seu corpo
Eu no meu corpo
Deixa, eu me deixo
Anoiteça, amanheça

Seja eu, seja eu,
Deixa que eu seja eu
E aceita o que seja seu
Então deita e aceita eu

Molha eu, seca eu
Deixa que eu seja o céu
E receba o que seja seu
Anoiteça , amanheça eu.


EXERCÍCIO REALIZADO NO ENCONTRO


Coesão e coerência textuais
ASSUNTO: Coesão e coerência textuais.

ATIVIDADE: Corrija a notícia abaixo, eliminando as redundâncias e os absurdos. Reescreva e entregue o texto correto.

O DRAMA TRÁGICO DO TREM
Vinte pessoas morreram ontem, às 20:00 horas, tragicamente, em um sensacional, espetacular e belíssimo desastre, ocorrido em limites dentro da cidade de São Paulo, quando dois trens se chocaram fantasmagoricamente, na estação ferroviária local, em virtude de lamentável falha do descuidado guarda-chaves. Um dos passageiros foi completamente decapitado e sua cabeça, ao separar-se do corpo, provocou-lhe morte instantânea. Várias das infelizes vítimas foram transportadas para nosocômios. A primeira de todas a ser submetida a uma melindrosa intervenção cirúrgica foi a Ex.ma Sr.a D. Felisberta Silva, digníssima e virtuosa dama da nossa sociedade, a quem, nesta hora, das mais trágicas e horripilantes, rendemos os tributos de nosso maior respeito. O distintíssimo e delicado, além de eficiente, diretor da Fepasa, o Ex.mo Sr. Dr. Engenheiro M. A. Pedroso, disse que nos planos futuros da eficiente empresa está a adoção de equipamento automático, para que desastres assim não se repitam outras vezes.
Ortografia, Coesão, Coerência

Ortografia, coesão textual, coerência textual e lógica discursiva.
ATIVIDADE: (1) Corrija o texto abaixo eliminando as redundâncias, os absurdos de sentido e alterando a ortografia. Reescreva e entregue o texto correto.
O BRASIL E A ECO WORLD
Fica adiado para depois os acordos das relações bilaterais dos dois países. Contudo, porém, os planos para o futuro indicam que o Brasil poderá ganhar de graça as vantagens concedidas apenas e só aos países que integram o grupo especial da Eco World.O principal governante brasileiro, o presidente Lula, garante que assina embaixo de daquilo que é mais preferível para o Brasil, mas, no entanto, porém, qualquer surpresa inesperada pode fazer o mesmo mudar de idéias, pois todos sabem que essa reunião pode se tornar um círculo vicioso sem fim, e o ministro da economia pecar pelos proprios erros. Eis aqui o nosso principal poblema. Se não nos entrarmo para drento dos associados países que integram a cúpula, poderemos não fazer parte dela.

ATIVIDADE: (2)
Corrija a ortografia das palavras que causam sentidos equivocados nas frases abaixo. Entregue-as escritas corretamente.
1 - Se o José não acertar que errou, não terá chance de redução em sua pena.2 - Quando minha filhinha dorme, sempre ascendo à luz abaixo da cabeceira da cama.3 - Se você acha que não encerramos o caso, vou lhe mostrar o comprimento do Bernardão.4 - Qual foi a discrição que você fez para a polícia sobre o assaltante?5 - Não devemos descriminar os pobres.6 - Todo homem honesto, com certeza, é também descente.7 - Ao invés do CD, ainda prefiro a fita-cacete.



OFICINA (BASEADA EM PEREIRA (s/d))
TEMA: VARIAÇÃO LINGUÍSTICA; PRECONCEITO LINGUÍSTICO
TEXTO-BASE: CHICO BENTO

1. Leitura silenciosa da história do Chico Bento, O orador da turma.
2. Discussão das principais características da história em quadrinhos:
a. Os diferentes tipos de balões (fala, grito, pensamento, cochicho, uníssono...) e seus significados;
b. Identificação dos recursos não-verbais (expressão fisionômica dos personagens, linhas que indicam movimento, símbolos, onomatopéias);
c. A observação desses recursos como tentativas de representar características próprias da língua oral.
3. Divisão da história em quatro partes, a partir de uma discussão com a turma, para melhor compreensão do texto (Divisão sugerida: 1ª parte - do início até o 1º quadrinho - p.6; 2ª parte - do 2º quadrinho - p.6 até o 2º quadrinho - p.10; 3ª parte - do 3º quadrinho - p.10 até o 3º quadrinho - p.14; 4ª parte - do 4º quadrinho - p.14 até o final).
4. Levantamento oral dos elementos da narrativa (tempo, espaço, personagens, acontecimentos).
5. Discussão de questões como:
a. A história mostra problemas da realidade educacional brasileira. Que problemas são esses?
b. Em que momentos da narrativa evidenciamos esses problemas?
c. No texto, nota-se a presença de mais de uma variedade de linguagem. Procure identificá-las e destaque do texto as situações e as falas que exemplifiquem sua resposta.
d. A linguagem apresentada por Chico Bento ao longo da narrativa pode ser considerada certa ou errada ou pode ser considerada adequada aos diferentes momentos de comunicação? (Os alunos devem concluir que as variedades lingüísticas empregadas nas áreas rurais e rurbanas são adequadas às necessidades comunicativas daqueles grupos sociais, assim como as variedades empregadas nas áreas urbanas).
e. Na quarta parte do texto, pode-se dizer que houve adequação da linguagem ao momento de comunicação? Por quê? (É importante que fique claro que Chico Bento monitorou sua linguagem, utilizando-se dos recursos comunicativos que possuía, mostrando, dessa forma, que adequou sua linguagem àquela situação comunicativa).
f. Chico Bento, na 4ª parte da história, pede desculpas pelos “erros de português”. Você acredita que o personagem falou (e fala) de forma incorreta? Qual seria a razão de Chico considerar sua fala errada? (Considerando a comunidade brasileira de fala, discutir as características da linguagem de falantes com antecedentes rurais e rurbanos e as características da linguagem de falantes com antecedentes urbanos).
g. Chico Bento, após o seu discurso improvisado, conseguiu “convencer” a platéia e, especialmente, o prefeito de seus propósitos?
h. Qual a sua opinião a respeito da atitude da professora com Chico Bento no início da narrativa? Ela apresentou uma atitude natural para um professor ou ela mostrou-se autoritária? (Discutir com os alunos especialmente o fato de a professora não ter analisado – e mesmo construído! – o conteúdo do discurso com os alunos).
i. Por que Chico Bento não conseguiu memorizar o discurso apresentado pela professora? (É preciso considerar que aqueles que vivem em áreas rurais e rurbanas participam de um maior número de práticas de oralidade. Enquanto aqueles que residem nas áreas urbanas participam de um maior número de práticas de letramento. Nesse contexto, verifica-se a importância de a escola reconhecer-se como a principal agência de letramento).
j. O comportamento apresentado pelas personagens em torno do prefeito, uma autoridade política, é também percebido em nossa realidade? Qual a razão para esse tipo de atitude?
6. Leitura oral-dramatizada da história em quadrinhos (O desenvolvimento da atividade foi de acordo com as partes da história: 1ª parte: diálogo entre a professora (representada por aluno) e aluno da turma; 2ª parte: diálogo entre dois alunos da turma; 3ª parte: diálogo entre o diretor, professora, prefeito (representados por alunos) e alunos da turma; 4ª parte: discurso de um aluno da turma; diálogo entre o diretor, professora, prefeito (representados por alunos) e alunos da turma).
7. Trabalho em grupo de transformação do contexto de comunicação e dos
interlocutores (os alunos tornam-se personagens da narrativa, atuando como eles mesmos ou como professor, mãe, prefeito, diretor da escola; o contexto passa a ser a sala de aula do aluno e o ambiente em que ele vive; os alunos reúnem-se em grupo, na sala de aula, para discutirem sobre os problemas apresentados na escola; o discurso ao prefeito deve ser estruturado por escrito; a reestruturação do restante da narrativa pode ser feita oralmente).
8. Retomar as simulações para a discussão dos recursos comunicativos que são próprios da língua oral e aqueles que são próprios da língua escrita e dos conteúdos de sentido sugeridos pelo texto reestruturado.
9. Auto-avaliação e avaliação, pelos alunos e por nós, professor, das atividades desenvolvidas.

RELAÇÕES LÓGICAS NO TEXTO

A NEGAÇÃO
A negação é uma relação lógica que representa a exclusão, a rejeição de uma informação ou da possibilidade de ocorrência de algum fato ou evento. Essa possibilidade pode vir expressa por uma idéia simples ou muito complexa. Ou seja: o que pode ser negado varia em extensão e complexidade linguística.
As expressões linguísticas mais utilizadas para negar uma informação podem ter a extensão mínima de um prefixo, de uma palavra ou até constituir uma oração e um enunciado inteiro.
ALGUNS EXEMPLOS SÃO: não, nenhum, nada, ninguém, nem; nego que..., refuto que...; deixe de..., pare de...; não é verdade que..., é falso que.... Além desses, temos ainda os prefixos que negam: infeliz, desfazer, sem-terra, não-pertinente, etc

Ambiguidade
Ambiguidade é a possibilidade semântica de atribuir mais de uma interpretação a certas expressões linguísticas. Geralmente o contexto pode dissipar essas ambiguidades.
Em contextos que primam pela objetividade e clareza das informações, evitar ambiguidades é uma qualidade. Há situações, porém, em que explorar a capacidade de ambiguidade da língua torna-se uma qualidade desejável, como nos gêneros literários, por exemplo.
Tudo que tenho na vida DEVO aos meus credores
SIGNIFICAÇÕES IMPLÍCITAS
Não somente os significados literais pertencem ao componente linguístico, mas também aqueles significados não-literais, cujos valores estão inscritos no próprio léxico. Pode-se dizer que existe um repertório imenso de palavras na língua que, por si mesmas, veiculam significações implícitas, independentemente das situações em que forem utilizadas.
Os pressupostos funcionam como informações implícitas veiculadas no conteúdo lexical dos enunciados.
Assim, por exemplo, em um enunciado como José parou de bater em sua mulher, representa-se como posto o próprio conteúdo semântico do enunciado, e como pressuposta a informação contida no verbo parar, isto é, José batia em sua mulher.
Já os subentendidos, são informações de caráter pragmático, contextual e altamente variáveis, de acordo com as informações culturais disponíveis pelo falante.
Podem-se resumir as significações implícitas na seguinte fórmula:
X DISSE Y, QUANDO QUERIA DIZER Z.
A ONU resolveu fazer uma grande pesquisa mundial. A pergunta era:
“POR FAVOR, DIGA HONESTAMENTE QUAL SUA OPINIÃO SOBRE A ESCASSEZ DE ALIMENTOS NO RESTO DO MUNDO."
O resultado foi desastroso. Um total fracasso.
- Os europeus não entenderam o que é "escassez";
- Os africanos não sabiam o que era "alimentos";
- Os argentinos não sabiam o significado de "por favor";
- Os norte-americanos perguntaram o significado de "resto do mundo";
- Os cubanos estranharam e pediram maiores explicações sobre "opinião";
- E o Congresso Brasileiro ainda está debatendo o que é "honestamente".
Resumindo
Um texto, em geral, se constrói a partir de informações sobre o tema escolhido e sobre relações lógicas que buscam o fio condutor da coerência das idéias entre si e com a situação em que é produzido.
Muitas das informações nem precisam ser explicitadas porque decorrem de idéias já expressas no texto. Pelas relações lógicas recuperam-se tais significados implícitos.

A língua dispõe de variados recursos para marcar as relações lógicas que constituem a textualidade e funcionam como “pistas” para a depreensão dos implícitos. As orientações para uma correta interpretação das relações lógicas são parte das relações de coesão e coerência de um texto.
Como o conhecimento partilhado pelos interlocutores e as finalidades comunicativas são fatores decisivos para marcar essas orientações, os gêneros textuais são relevantes na construção lógica do texto – e na consequente busca de coerência.
A flexibilidade nas marcas linguísticas dessas relações está intimamente relacionada ao gênero. Em geral, textos que exploram mais a linguagem poética exigem menor articulação entre as relações lógicas; textos que objetivam maior grau de “cientificidade” fundamentam-se em fortes relações lógicas.

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