terça-feira, 22 de setembro de 2009

A leitura resgata vidas...

RESENHA
ZUSAK, Markus. A menina que roubava livros. Editora: Intrínseca. 1º edição. Rio de Janeiro, 2007- p.p.500.
A menina que roubava livros é um conto longo e envolvente, pontuado pelos comentários da narradora. A narrativa é feita pela própria morte, que encontrou a garota por três vezes, e em todas às vezes, a menina saiu vencedora. A história começa com Liesel e o irmão, que são levados pela mãe comunista para ser entregues à nova família, pois vão ser adotados por um casal alemão, que mora na Rua Himmel, numa região bastante pobre da cidade de Molching.
Nesta ocasião, a pequena Liesel se encontra com a Morte e com seu primeiro livro o Manual do Coveiro, que é deixado cair na neve por um dos coveiros que seputara seu irmão. Hans ao descobrir que Liesel tinha um livro e que não sabia ler, começou a dar-lhe aulas, mesmo porque na escola ela passava pelo constrangimento de estar na classe dos anões, como ela mesma dizia; houve progressos e mais dois livros, desta vez ganhos no natal, dados por Hans.
Neste meio tempo surge uma personagem muito importante na nossa história, que acompanharia Liesel em seus roubos e eventuais aventuras, era Rudy Steiner que se tornaria o grande amor de sua vida. Eram esses livros que traziam ânimo e alento à sua vida naquela época terrível. O gosto que sentia em roubá-los valeu-lhe uma alcunha e uma ocupação e as palavras que neles encontrou seriam, mais tarde, aplicadas na sua própria vida, sempre acompanhada pelo amável Hans e pelo amigo quase invisível, Max Vanderburg, o judeu do porão de quem prometera jamais falar.
A cidade de Molching fora convocada para assistir a fogueira que o III Reich acenderia naquele dia. Liesel estava lá, com seu uniforme da juventude hitlerista. Esta foi acesa, celebrada e aos poucos deixada. Liesel continuou por lá com o pai por mais um tempo e quando começaram a limpar os restos, Liesel viu escorregar dos destroços três objetos dentre eles um livro por título “ O Dar de Ombros” que passou a fazer parte de sua coleção, agora de quatro livros. Os outros livros que viria conseguir saíram todos da casa do prefeito, da biblioteca de sua esposa.
E nesse dia chegou; Max Vandenburg e ficou por dois longos anos habitando o porão da casa dos Hubberman; nesse período ele contribuiu com dois exemplares para a coleção de Liesel; foram escritos em um Mein Kampf que teve as paginas pintadas de branco; o primeiro livro foi o Vigiador, onde fazia referência a sua vida até então, culminando com o tempo em que Liesel passava velando-o em seu coma de três dias; o segundo foi a Sacudidora de Palavras onde ele mostra o poder das palavras; foi concebido a partir da história ocorrida durante um aviso de ataque aéreo. Todos se abrigaram no porão da casa 45 da Rua Himmel que era considerado o mais seguro. Na ocasião os adultos estavam apreensivos e as crianças menores choravam. Foi então que, a pedido de Hans, a sacudidora de palavras começou a ler um de seus livros e fez com que as crianças se acalmassem e os adultos relaxassem.
Por fim, seu último encontro com a narradora deu-se na ocasião em que a menina estava a escrever seu próprio livro, escondida no porão e a salvo do bombardeio que destruiu sua rua e família. Dessa forma emocionante Lisa teve diariamente sua vida salva pelas palavras, sua audácia comparada apenas com a magnífica história.

Um comentário:

  1. Nossa, Luzia Joelma, que texto envolvente, recheado de palavras convidativas à leitura do livro, parabéns!!!

    Assim, você deixa marcada cada vez mais essa sua vontade enorme de divulgar a leitura e o prazer de ler...

    Um abraço.

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